Como falar de sexo com os filhos

 

                                                                             Roberto Girola, psicanalista e terapeuta familiar

 

            Para uma criança normal, o sexo não é bicho de sete cabeças. Elas costumam fazer as perguntas de acordo com suas necessidades de saber mais sobre o assunto, à medida que as questões surgem dentro dela. Uma postura saudável é, portanto, aquela de não se antecipar às perguntas da criança nem de se deixar eximir de respondê-las.

            O importante é que os pais criem um clima de confiança e liberdade que permita à criança perguntar quando alguma questão a incomoda. Naturalmente, essa confiança se estabelece à medida que ela se sente à vontade e percebe que não há assuntos proibidos que não podem ser discutidos em casa.

            Se, por exemplo, no meio de uma conversa, a criança comenta alguma coisa, que viu na escola ou ouviu dos amigos, envolvendo sexo, a melhor solução é reagir naturalmente, sem manifestar surpresa e menos ainda incômodo. A questão pode ser retomada, perguntando à própria criança o que ela acha, com o objetivo de entender exatamente o que ela sente a respeito. Será então possível explicar de forma bem simples o que ela quer saber, sem falsos moralismos e sem preconceitos.

            Embora simples, essa atitude pode não ser fácil para os pais, pois eles vivem suas próprias questões não resolvidas em relação ao sexo. Nesse caso, a criança costuma perceber que algum significado enigmático está envolvido na questão, e as ansiedades dos pais podem ser introjetadas pela criança de forma inconsciente. Ela sente, então, que entrou em um terreno proibido e começa a achar que esse assunto não é para ser comentado em casa. Responder às questões da criança é tão importante quanto responder com sinceridade e abertura, para que ela sinta confiança nos pais. Portanto, nada de mentiras ou meias verdades!

 

Postado por:

Vera Lucia Da Cruz

Orientadora Educacional – Ed.Infantil e Fundamental I